quarta-feira, março 30, 2005

Sopa

Puca Shuca Puca Shuca Puca Shuca

Macumba p'ro menino e p'ra menina.
Cachupa p'rós papás!

Shurupim pim pim!

Abre o livro de cozinha!
Anda cozinhar, e aprender a fritar.
Eu frito tudo!
Sou um fritão.

Pchãoooo... Pchãooo...

Ólha lá, eu conheço-te!
És aquele, o Tobias,
Aquele que frita todos os dias.

Uhhh... Uhhhh-Buuuhh

'Tás errado! 'Tás errado! 'Tás errado! 'Tás errado!
Pensas que sabes mas não sabes o que pensas que sabes de mim.

AH-AH-OH-AH-AH-OH-OH

"Eu gosto de sopa! Sopa! Sopa! Sopa!
Ao almoço e ao jantar!"

Piuhh-Piuhhh

És um taralhoco-ôcô-ôco-ôco.
Eu também-ém-ém.
Ai que me apetece um Pastel de Bélem.
D'além? Não vejo nada.
Nada muito mas não te afogues.
Grogues?! Mas amigo aqui ninguém bebeu.
Eu, bebi de tudo!
Até sopa.

Ohcacaca-Ohcacaca-PATUM
PATUM

Que chinfrim é este?!

Nada. QUÁ.
QUÁ. Ah este!
Sabe, (QUÁÁ) não tomei os comprimidos.
Puca Shuca Puca Shuca Puca Shuca
Que não volte a acontecer. Que tenha sempre o seu colete amarelo tipo Poupas americano na mala.
Sim. não se preocupe (QUÁ) eu tomo já, já!
QUÁ

Olha, mais sopa.
Beberei que nem um dódó nas ilhas Maurícias, ou não sou eu, um enormíssimo eucelomado.

YUPI-YUPI

Já lá dizia o Da Vinci:
"Independência ou morte!"

terça-feira, março 29, 2005

Quentes e boas! (A vagina maravilha)

  • Qual não é o meu espanto, quando deambulando pelo mundo virtual descubro um site deveras insólito. Nada mais nada menos que o site da 'Vagina Real'! Pois é meus caros, para todos os abstémios, celibatários, tarados sexuais ou meros necessitados de algum acareio ao nível do vosso músculo cremáster, ora ela!
"A Vagina Real é idêntica a uma vagina: é quente, molhada e aperta o pénis em todo o seu redor, criando uma mar de sensações até ao êxtase."


Os testemunhos que acompanham a promoção deste produto são realmente estimulantes:

"Olá Pessoal!!!
Estou muito contente, nunca pensei vir a ter orgasmos tão bons com uma vagina artificial, é quase tão bom como uma vagina verdadeira e sem dúvida, muito melhor que com a mão!
Grande invenção!! Parabéns!!


Tomás, 23 anos, Nazaré"


Produto de vários anos de evolução tecnológica avançada, é uma porta aberta para todo um novo campo de emoções nunca antes experienciadas:

"A Vagina Real proporciona uma sensação única o mais semelhante possível à de uma vagina verdadeira. Além de ser um excelente masturbador, permite treinar para evitar a ejaculação precoce.
É o MASTURBADOR IDEAL para todos os homens!"



Para que queres tu uma rapariga??

"Aproveite já, a Vagina Real é bastante DISCRETA, BARATA e quando vazia é muito PEQUENA, podendo transporta-la escondida na carteira!"


Esquece todas as noites de esforços homéricos infrutíferos no sentido de lubrificares a tua companheira:

"Agora, as vaginas húmidas e quentes estão à disposição de qualquer um!"


Não sabes como usá-la?? Não te preocupes!! Ela inclui um manual de instruções!!!
Convencido?


(http://www.vaginareal.com/index.php?wid=12027)

domingo, março 27, 2005

II

"Quê? Nem acredito que também vês a Quinta!"

"Não, mas estes são mais divertidos!"


DING DONG

  • Quantos segundos de zapping são necessários para comprovar isto?

sábado, março 26, 2005

Assim se fala em bom português

- Boa tarde senhora! - disse a empregada entre as várias mascadelas de pastilha de boca aberta.

- Corte e Brushing.

- Perfeitinho, sente-se só aqui.

Agarrei numa revista mas não me pude dedicar muito tempo à leitura.

-Vocemessê já cá tinha vindo?

Meneei a cabeça e continuei com os olhos na Bibá Pita em Porto Galinhas.

- Bem me parecia. Sabe que estes dois olhinhos que Deus me deu não me permitem esquecer uma cara!

Abanei a cabeça como é normal numa situação destas e tentei continuar a leitura.

- ... Quéssere... às vezes vêm cá umas madamas todas pomposas. Querem todas cabelo louro e arranjado da mesma maneira. Vá lá alguém distingui-las assim...

Olhei para os pés da jovem. Calçava chinelos e meias por dentro. Que falta de gosto! No entanto, e apesar de sediosa por dois dedinhos de conversa, parecia simpática.

- Olhe, eu cá, se tivesse assim tanto dinheiro tamém devia ser assim! Oh... oh... Cá sempre tive de trabalhar para conseguir manter as contas ao fim do mês! - afirmava ela com com o shampoo na mão.
- A auguinha tá muito quente, sodona...?

- Não, não.

- Mas pronts, já se sabe como é a vida. Opois vêm reclamar que não somos produtivos...Ora, uma pessoa esfalfa-se a trabalhar. É uma miséria!
Só nos resta a ajudinha de Deus, Nosso Senhor, ? Eu rezo todos os santos dias. Veja lá que até comprei uma imagem de Nossa Senhora lá nos chineses da rua de baixo. Aquilo tem umas luzinhas que acendem e apagam. Muito catita, digo-lhe já.

E vocemessê, acredita claro, ?

Fresquinha

Seguindo o exemplo de grandes gúrus (ou não) da rádio, televisão, jornais... enfim da comunicação em geral, eu abro aqui um espaço de reflexões rápidas sobre o absurdo (ou não) da realidade em que vivêmos.

  • Hoje neste espaço quero deixar uma perguntar no ar. Aqui vai. Que idade terá aquela gentil senhora que tão bem entra pela caixinha mágica a fazer de avó terna e carinhosa nos anúncios da Neoblanc? Mais. Será que ela existe mesmo, não será ela criada por computador? Ou será que já lhe deu o badagaio e contrataram uma sósia? É que desde que nasci ela me vem avisando que branco mais branco não há, e como com Neoblanc a nossa roupa fica impecável mesmo com as nódoas mais dificeis. Pronto. O desafio está lançado! Mas se querem saber o que eu penso... Eu penso que durante a Guerra Fria houve experiências com embriões humanos e penso que ela é fruto duma duma dessas experiências de clonagem e posterior congelamento em câmaras criogénicas. Assim, quando uma morre, tiram outra, deixam-na maturar e depois é só arranjar um slogan novo e um jingle que fique no ouvido. Mas pronto... isto é só o que eu penso...

terça-feira, março 22, 2005

Parque

Olho pela janela e vejo um dia solarengo de Março, com algumas nuvens que não ameaçam a benção da chuva. Visto umas calças de ganga, duas t-shirts por baixo de uma sweat azul forte com algumas riscas transversais, mais ou menos a meio, e calço os ténis da praxe. Aqueles cinzentos que já me levaram a todo lado. Já me levaram ao encontro de tantos sorrisos e alegrias, mas também alguns dissabores. Pouco importa. É com eles que me sinto bem. Saio de casa com um sonoro "Até logo!" e ponho-me a caminho. Destino: Parque.
Caminho bebendo todos os estímulos que consigo, tantos que até tenho receio de me engasgar. Observo tudo, sempre calado. Sou assim há imenso tempo, tanto que já nem me lembro da primeira vez que comecei a reparar no mundo ao meu redor. Engraçado é quando entre amigos (amigo para mim é mesmo amigo (!), não é aquele tipo de amigo que é só amigo...) eu noto algo, e sei que ele o reparou também. Só com uma troca de de meio segundo e meio nós sorrimos, rimos e temos uma conversa que duraria horas com outra pessoa qualquer. Como gosto quando isso acontece! Continuo por entre a multidão típica de uma cidade simpática do litoral até que vislumbro uma cara conhecida. O meu cerebelo e as amigdalas fazem a troca de informação do costume e apercebo-me num instante de quem se trata. É um amigo... "Então s'bem?", "yep, tudo e contigo?", "calor bacano, hein?", "nada... nunca se faz nada.", "fica bem então, hasta!" E pronto, cada qual segue o seu caminho após um ruídoso "poc" que saiu do aperto de mãos. Avanço mais umas passadas e eis o Parque.
Passo o portão e inspiro este cheiro colorido emoldurado em tons de verde. "Adoro este sítio". Dirijo-me à esplanada onde combinei com amigos(!) ir tomar um café. Ninguém chegou ainda. Sem stress, eu espero. Sento-me na cadeira verde com um grande autocolante duma cerveja bem conhecida. Ao longe um sujeito alto e esguio dirije-se para mim. Não lhe dou mais de 28 anos, vêm de preto e com uma bandeja prateada na mão. Têm um ar de quem não pode mais com este sítio que tanto adoro.
-Que deseja?
Que desejo? Boa pergunta, que desejo eu?! Para já parar para pensar um bocado, porque essa pergunta necessita de alguma reflexão. Que desejo?! Desejo... Desejo... Já sei! Desejo ver o mundo do alto de um avião! Melhor, desejo ter uma palavra mágica tipo "abra-cadabra" e que ao dizê-la eu me eleve no ar e saia a voar para onde muito bem entender. Desejo poder passar tardes, noites e manhãs maravilhosas rodeado das pessoas que amo e que me fazem gostar tanto de viver. Desejo arranjar maneira de deitar cá para fora o imenso que fervilha bem fundo e que ameaça a erupção tantas vezes, mas que depois entope sempre e me deixa com uma frustração irrequieta. Desejo encontrar aquela pessoa que me tire do sério, aquela pessoa que faça com que todas as lutas valham a pena, aquela pessoa com a qual eu não tenho medo de chorar, rir, gritar, pular, sentir... de viver. E mais. Desejo que eu seja para ela a pessoa com a qual ela quer viver até a exaustão. Desejo ser a enzima que lhe catalize o humor para uma alegria constante. Desejo amar e ser amado intensamante. Desejo poder ser uma velhinho babado ao olhar para as sementes que palpitam com um pouco de mim dentro delas. Desejo a algazarra dos Natais em família. Desejo ter 76 anos e jogar a sueca neste mesmo Parque com os meus amigos(!) e manter a mesma cumplicidade nos olhares. Desejo viver, desejo viver embaranhado no amor das pessoas por quem eu tudo dava. Desejo que elas sintam o meu amor e que saibam que eu sem elas nada era, nada sentia, não vivia. Desejo, tal e qual uma miss antes da coroação, deseja a paz no mundo, o fim da fome, da miséria, da exploração e de todas as pulsões egoístas que tantos homens e mulheres insistem em ter. Desejo vencer medos, quebrar barreiras, relembrar velhos tempos, jogar a bola, respirar ar puro, saborear tons de azul, verde, amarelo. Desejo o nervoso miudinho que antecede sempre os grandes momentos. Desejo sentir o infinito a fazer-me cócegas nos pés. Desejo ser poeira cósmica que dá valor ao seu universo. Enfim... No fundo o que realmente desejo é o mais banal e mundano de todos os desejos... Desejo que ao ser muito feliz, possa fazer com que quem me rodeia seja igualmente feliz. Ou mais.
-Olhe... Perguntei-lhe que deseja?
-Desculpe... pode ser um café e um copo de água por favor.

A cada um uma palavra

  • Já repararam que cada pessoa tem uma palavra?

Isto é, há uma palavra que empregam em quase todas as suas frases. E, não tem que necessariamente caracterizar a sua personalidade. É estranho eu sei...

Por exemplo, eu tinha uma prof. que adorava dizer "Docente", docente para aqui, docente para ali, a importância do docente... whatever...

Qual será a tua?

Just think about that :P

segunda-feira, março 21, 2005

No AKI tem, tem!

Imagina que acordas por volta das 10.30. Ligas a TV e ...

1. Vês a Praça da Alegria e a avó maravilha que recebe um cheque no valor de 500 euros, gentilmente cedidos pelo banco TOTOS, porque tem 10 netos

ou

2. Vês o euronews na RTP2 e o carro armadilhado que acabou de explodir em Telavive e as duas dezenas de feridos e os três graves

ou

3. Mudas para a sic e vislumbras a Fátima Lopes a bater palmas porque a Ana Malhoa acabou mais uma das suas Bombásticas prestações musicais

ou

4. Carregas no botão 4 e vês o Goucha, muito interessado na história da jovem de 15 anos, grávida de cinco gémeos, e, cujo pai anda a monte...

ok, eu consigo...
Respiro fundo e ligo o rádio ..."No AKI tem, tem"...
HUmpf... ok, por acaso até me estava a apetecer ir passear o Tareco!! Não, não, eu vou, deixa lá!!! :)

Filme de Lamewood

Bem, vamos tentar esta cena outra vez! Alguma esforço pessoal, é só isso que peço! Vá vamos lá, tudo pronto? Malta do som, tudo ok? Óptimo! Luzes, câmera, ACÇÃO!

[som de tanques, gritos, metralhadoras e explosões ao longe]
-C'mon Sarge, is not going to make it!
-Shut up private! And help me out.
[Passos ao longe]
*Bom, bom câmera 3 faz o fade in*
-They're coming! Listen!
-Like i said, private, HELP ME HERE! I AM NOT GOING TO ABANDON THIS MAN UNLESS IS DEAD!
*câmera 3 prepara a passagem para a 5*
-But.. but.. sir he was shot in the neck, he lost a leg and his blind for god's sake!
-HE MAY NOT HAVE A LEG, HE MAY BE BLIND, HE MAY HAVE FUCKIN BLOOD IN EVERY FUCKIN PORE OF HIS BODY, BUT HE IS AN AMERICAN! SO STOP YOUR BULLSHIT AND HELP ME CARRY HIM TO THE BASE!
[Som de aviões]
*agora câmera 5*
-Look sir! Backup is here!!!!
-God bless those cowboys! *agora fade out com a imagem sobreposta da bandeira a esvoaçar* and... GOD BLESS AMERICA!

e.... CORTA!
Excelente pessoal! Acho que inovámos mesmo! Está perfeita a maneira como essas riscas vermelhas e brancas esvoaçaram! Demos vida a um guião sobre a Guerra do Golfo banstante original e esta parte dos aviões só mesmo eu para me lembrar disto! É que apesar dos 461316841 filmes que existem sobre guerras em que o nosso glorioso país entrou, acho que nunca ninguém se lembrou de fazer algo nem tão pouco parecido com o que fizémos!
Vêmo-nos nos Óscares pessoal!

domingo, março 20, 2005

Whisky Duplo

Quero fazer base jump! Mas promete-me que vai tudo correr bem.
Quero saltar para dentro de um edifício em chamas! Mas promete-me que não me vou queimar.
Quero gritar até rebentar as artérias! Mas promete-me que não me aleijo.
Quero correr nu pela praia enquanto grito merdas estúpidas! Mas promete-me que não vou preso.
Quero sentir a relva fria debaixo dos meus pés sob uma chuva torrencial! Mas promete-me que não me constipo.
Quero poder dizer a essa gaja que é uma tansa e que só tem merda na cabeça! Mas promete-me que ela não se vai lembrar disso amanhã.
Quero nadar até não poder mais! Mas promete-me que não me afogo.
Quero dançar num concerto de metal com as minha botas de biqueira de aço até ter bolhas nos pés. Mas promete-me que amanhã acordo na boa.
Quero dar murros na parede até os dedos estalarem. Mas promete-me que não sentirei dor nenhuma.
Quero ter uma overdose de tudo! Mas promete-me que vou acordar amanhã.
Quero fazer amor contigo até adormecer de cansaço! Mas promete-me que vais gostar.

...

-Que noite... Oh amigo, quero um whisky duplo com gêlo por favor...

...

Merda.
Não compreendo o porquê desta frustração.
Que decadência, quero tanto uma coisa!
Não penso em mais nada! Só naquilo! Só naquilo!
E no entanto... não sei o que é que quero tanto.
Não aguento este tic-tac.

...

-Antes de fechar, traga-me outro whisky duplo se não se importa.

terça-feira, março 15, 2005

First I was afraid, I was petrified... LALALALALALALA

É o grande e eterno delírio!

Miúdinhas com os seus 15 aninhos, botinha de salto alto da irmã mais velha e mini-saia da amiga a delirarem na discoteca! UhUhUh... Entre os ENORMES aros das argolas da rapariga à minha frente vislumbro aquilo que parece ser um verdadeiro Teen BLOOM! OH MY GOD!

Calma, está a começar uma nova música. Entreolham-se animadas e mal reparam que É AQUELA MÚSIIIIIICA! metem as mãos no ar e dão gritinhos de alegria. Uau... Olho para trás e está um xunguito de blusão de ganga a dançar na mesma onda delas, com aquele olhar perdido de querer alguém desesperadamente. Hum hum...

Malditas luzes roxas que me cegam. Puntz! puntz! puntz!

Na medida do possível, vou até ao bar, furando por entre a multidão. Ao canto estão três moços a tentar engatar uma loura. Ok...

"É um fino..." Puntz! Puntz! Puntz!

Puntz! Puntz! Puntz! "Fino???"

Aiaiai... mas será que preciso de um cigarrito na mão e 1.45m de altura para me perceberem?

segunda-feira, março 14, 2005

Basta!

Preciso de deitar algo para fora. Chamem-me insensivel, acho que não o sou. Chamem-me reacionário, nada a ver amigo. Mas foi navegando pela web que me deparei com um sítio (www.ultimosorriso.pt.vu) e achei simplesmente a gota de água. Fiquei super chocado ao ve-lo cair tal como tu, e tu. Fiquei abismado com a fragilidade da vida, como realmente tudo pode acabar num instante mesmo áqueles em tão boa forma, aqueles monitorados 24h/7 dias por semana. Foi um momento trágico para a história do desporto. Nem consigo imaginar a dor da família ao vê-lo cair. Mas, BASTA. Sei que é sempre diferente o jovem Feher de 20 e poucos anos morrer em campo que o pobre Sr.Hanibal ja na casa tardia dos 70 com a vida feita, e um rancho de putos a beira, morrer calmamente durante o sono. Não sou hipócrita. Compreendo o poder das imagens em tempo real, do impacto da cabeça na relva e vejo a diferença do corpo jovem contra o pobre corpo já fragilizado de uma vida dura do pobre velho. Mas será que o Feher merece mais o sítio, merece mais a mediatização do que o Sr.Hanibal? Será que a vida do Feher é mais valiosa que a da Tia Marquinhas que morreu de cancro de pulmão nos serviços do IPO do Lisboa depois de penosa luta sem sucesso durante 4 dos seus 53 anos de vida? Porque será que só a do Feher mereceu um funeral em directo nas 4 estações de televisão, primeira capa nos jornais durante semanas e a Tia Marquinhas ficou-se por uma minúsculo quadradinho no fundo da página de óbitos do Jornal do Fundão onde dizia "Nunca esqueceremos a sua vontade de viver Tia"? São estas coisas que eu não percebo. Chamem-me o que quiserem, mas palavra de honra que não percebo. E não quero que me tomem como um cínico. Expliquem-me por favor a diferença de valor de uma morte super mediatizada para a morte da famíla Araújo que voltava de mais um Páscoa em casa dos familiares e sem dar por nada levou com um camião por trás matando os 4 ocupantes da viatura. Por esta altura muitos de vocês secalhar já estam com pena do Sr.Haníbal, da Tia Marquinhas e da história (de partir o coração) da familia Araújo. Acalmem-se. Eu inventei-os. Sabem porque estavam já a ficar com a lágrima no saco lacrimal? Eu explico. Eu disselhes o nome, eu contei um pouco da história da vida, disse como a Tia Marquinhas lutou tanto contra a morte pelo amor a este mundo, contei como o Sr. Haníbal sucumbiu depois de 70 e tal anos de alegrias, tristezas e de muitos beijos aos seus 4 filhos e 9 netinhos, expliquei como os Araújo tiveram este fatal golpe no destino e de como os seus familiares provavelmente nunca mais serão os mesmo depois de perda tão brutal. Quanto a Tia Marquinhas e ao Sr.Hanibal não consigo melhorar muito a história, mas deixem-me fazer com que sintam menos pena dos Araújo. Fazemos um jogo. Faço de conta que sou jornalista e explico o acidente: "Ontem na nacional nº8, 4 pessoas de idades compreendidas entre os 7 e os 41 perderam a vida quando foram atinjidas por um camião cujo condutor vinha visivelmente distraído ao saber da noticia da morte do nº 29 no benfica no jogo do estádio Afonso Henriques". Está melhor, transformei o Pai Araújo, a Mãe Araújo e o adolescente Jorge Araújo e a pequena traquina Filomena Araújo no numero 4! Como isso vos aliviou, já não eram uma familia, eram apenas mais quatro pessoas que tiveram o azar na estrada como 9 pessoas em média lhes acontece o mesmo, diariamente, nas estradas de Portugal. Se quando souberam que o Feher morreu vos disser que 26 pessoas em Puerto Rico perderam a vida depois de um massacre na aldeia a 15km da capital, quem é que faz o vosso coração ficar mole? O Mikka ou os 26 Porto-riquenhos? Penso que algo vai mal na nossa sociedade, mas quem sou eu para criticar? Não quero que digam: "Sim és o maior por-te comoveres mais com 2300 marroquinos que morreram no sismo do deserto que nunca vais conhecer do que com o nosso Mikka que tão bem jogava o futebol e que morreu em directo daquele lado da caixa mágica". Não é nada disso que quero. Só quero reflitam que durante esses dois segundos que o Mikka levou a cair morreram 190 pessoas no mundo! Sei que os números são feios, mas pensem que cada unidade desse numero de 3 digitos representam 1 Mikka por esse mundo fora. E não quero que desatem a chorar da próxima vez que um tsunami atingir a costa asiática e matar mais 285mil Mikkas. Quero que se ergam e ajudem aqueles que não estão com o Mikka mas estiveram tão perto de ir ter com ele, quero que ajudem aqueles que perderam tudo e que perderam os Mikkas da sua vida, quero que reflitam na tragédia que foi e no que se pode fazer para que não volte a acontecer, quero que levantem a cabeça e lutem pelos que ainda cá estão que gostam e amam cá estar, mas que precisam tanto de alguém que ame a vida tanto quanto eles para sobreviverem aos mais básicos instintos biológicos como a sede e a fome. Não quero que apareçam os funerais em directo nos 4 canais, quero sim que de vez em quando se lembrem de quem morreu mas que se lembrem sempre quem vive e luta para poder inspirar só mais uma vez, e mais uma, e mais uma... Penso que basta de sítios como os ultimo sorriso. Porque não se faz sítios onde se denuncia os abusos daqueles sem excrúpulos que obrigam o José, o Manuel, a Irina, o António e tantos outros dos meninos de 5 anos da fábrica clandestina que produz as chuteiras com o numero do Mikka para que o Carlos de 11 anos possa ter umas chuteiras novas para estrear no jogo de futebol em honra desse heroi que morreu em directo. BASTA. Que o Feher descanse em paz, mas que façamos um esforço para que aqueles que ainda respiram possam viver e viver bem, para depois um dia descansarem em paz e terem a sorte de como o Mikka jamais serem esquecidos porque enquanto a memória viver em nós, eles estão em nós. Os nossos avós, tios, primos, filhos, irmãos estão em nós! Não se deixem levar por uma morte mais mediatizada por favor, porque se foi o Mikka ou 659 mortos na Bélgica todos amavam, choravam e sorriam, apenas uns tiveram a sorte de sorrir mais que outros. Porque não nos empenhar em que todos possoam sorrir nem que seja pelo menos uma vez na vida?! Para que todos possam ter a hipotese de lutar contra o cancro, como a Tia Marquinhas, e para que todos possam ter a hipótese de dormir calmamente dando o ultimo sopro no leito de paz como o gasto Sr.Haníbal. Joseph Stalin disse: "A morte de um é uma tragédia, a morte de milhares é estatística." Vamos dar razão a um dos maiores tiranos da nossa história?

Tenho dito.

domingo, março 13, 2005

Manual do Verbo

Receber: recebe com um sorriso.
Dar: dá com um sorriso.
Acordar: acorda com um sorriso.
Adormecer: adormece com um sorriso.
Passear: passeia com um sorriso.
Viajar: viaja com um sorriso.
Comprimentar: comprimenta com um sorriso.
Escutar: escuta com um sorriso.
Contar: conta com um sorriso.
Falar: fala com um sorriso.
Dizer: diz com um sorriso.
Conviver: convive com um sorriso.
Abraçar: abraça com um sorriso.
Encontrar: encontra com um sorriso.
Envolver: envolve com um sorriso.
Reencontrar: reencontra com um sorriso.
Rever: revê com um sorriso.
Sonhar: sonha com um sorriso.
Correr: correr com um sorriso.
Andar: anda com um sorriso.
Socializar: socializa com um sorriso.
Exercitar: exercita com um sorriso.
Estudar: estuda com um sorriso.
Conversar: conversa com um sorriso.
Crescer: cresce com um sorriso.
Divertir: diverte com um sorriso.
Sentir: sente com um sorriso.
Gostar: gosta com um sorriso.
Amar: ama com um sorriso.
Viver: vive com um sorriso.
Sorrir: sorri quando recebes, dás, acordas, adormeces, passeias, viajas, comprimentas, escutas, contas, falas, dizes, convives, abraças, encontras, envolves, reencontras, revês, sonhas, corres, andas, socializas, exercitas, estudas, conversas, cresces, divertes, sentes, gostas, amas e enquanto viveres.

segunda-feira, março 07, 2005

Talvez...

Ainda no comboio maravilhei-me com o extenso casario, na sua maioria degradado, que assomava a cidade. Casas e casas, na encosta, trepavam até atingir a monumental torre que guia sonhos e loucuras.
Sentia algum nervoso miudinho, próprio de quem chega a um sítio cujo conhecimento advém apenas do vasto espólio visual deixado por jornalistas, fotógrafos e outros que tais.

Saí. Apeavam-se na estação inúmeros sacos de viagem e estudantes pachorrentos de volta a mais uma semana de trabalho. Que desâmino pressenti nessas faces.
Onde está a magnânima época de 70? A revolução a correr nas veias, as canções entoadas por apaixonados nessas vielas tão características deste lugar... Onde estão vós, capas negras? As verdadeiras? Sem necessidade de emblemas porque, por si só, significam tanto...

Desilusão!

Percorri uns metros, numa espécie de mini-avenida, onde táxis e autocarros tresloucados competiam pela velocidade. Não havia quase ninguém na rua. Por ali, cirandava apenas uma jovem moça, cujo casaco justo laranja sobressaía facilmente naquele final de tarde. Trazia uma malinha pequena e um olhar de atrevimento. Segui em frente.
Ah! Flores! Enfim... sempre me traziam alguma alegria! Incrível, mais uma vez, apenas duas pessoas percorriam aquela rua larga, cravejada de lojas à direita e à esquerda. Miravam as montras, apontando preços e conferenciando entre si.
Decidi entrar num café. Atrás de mim, entraram também o que me pareceu serem os "habitués" daquele sítio. Pombos. Bicavam as migalhas do chão, deixadas por crianças descuidadas que comiam bolos. Pedi um pastel de Tentúgal.

Lá fora, corria um ou outro jovem, empunhando sacos pesados e um a dois cadernos na mão.
Ainda nada de capas negras...

Depois de algum tempo, decidi levantar-me e procurar aquilo que me toldou a memória desta cidade. Virei à direita, junto a uma típica livraria. Dirigia-me ao famoso Arco que se suspende na história por corresponder às antigas portas da cidade. Talvez a Vida estivesse daí para a frente. Esperava bem que sim... Sim! Havia música! SIM! Afinal não me tinha enganado!
Subi os poucos degraus tropegos e deparei-me com um recanto literário e musical, um sítio de lembranças, recordações e histórias tão próprio, tão adequado. Ouviam-se Canções da cidade. Postais e livros antigos estavam expostos. Inundou-me a felicidade... Continuei a subir aquela rua calcetada que de facto fazia "quebrar as costas", mas a música ia-se esvanecendo cada vez mais.
Universidade, lado direito, apontava uma placa. Quase, quase... e deparo-me com a Sé, edifício românico muito bonito. Subo mais um pouco, aliciada pelas gárgulas pendentes e atinjo finalmente o meu objectivo.

Já estava escuro. Lá em cima, no topo de tudo, sentia-me triunfar até que, mais uma vez, o desânimo se apoderou de mim! Apenas um casal de Japoneses fotograva algumas estátuas que me encaravam friamente. Sentei-me, por fim. Talvez, se fechasse os olhos e abrisse a alma conseguisse finalmente ouvir todas essas melodias de guitarras, empenhadas em serenatas ao luar. Talvez...

sábado, março 05, 2005

Chocolate

Absorvo o infinito,
Absorvo a metafísica nuclear,
Tal e qual uma criança que se delícia com o chocolate cremoso.
Também não sou nada,
Mas os sonhos que tenho,
As visões que me acompanham de noite, davam para encher bibliotecas.
Ah... como com uma dentada se aprende mais que 10 mil anos de ciência.
Ah... como é bom o chocolate,
Como é boa a sensação de que na boca está o presente,
O futuro
E o longínquo presente do passado.
Não consigo parar...
Não sei como fazê-lo...
Mas sei bem como comê-lo!

.


De mim para ti Fernando!

Manifesto Anti DantEs

http://www.1000i-deias.com/quadros/images/semana%203%20bruegel/CabecaCamponesa.jpg

Falam alto na rua para que as pessoas do outro lado consigam ouvir. Nos autocarros falam para os netos ao mesmo tempo que estabelecem contacto visual com a pessoa da frente, para que também ela lhe possa dar um pouco de razão e confirmar os seus males.
Mal te veem, nem te perguntam como estás. Dizem que estão mal, mal, que este tempo é terrível, que a Alzira também anda com reumático. Olham para nós e "oh, tu também estás com os olhos vermelhos. Cuidado pode ser um princípio de gripe. A Mizé também andou assim uma semana e depois caiu de cama". Mala no ombro, saco xadrez com as compras numa mão e a outra a resguardar um guardanapo usado nas repetidas assoadelas que assombram os dias destas velhas. "E as pensões vão mal", " e o governo", "e já ninguém quer trabalhar. Quando eu era jovem a vida era difícil. Havia muitas dificuldades", "eu? oh... reformei-me mais cedo. Não podia com a ciática..."

Mas... mas ... o que é?

Prozac, em termos gerais, é usado no tratamento de depressões e problemas obsessivos compulsivos.
Funciona como inibididor da recaptação da serotonina a nível do Sistema Nervoso Central. E, agora, para leigos... a serotonina é uma substância (neurotransmissor) envolvida na transmissão neuronial de sensações e afectos. Assim, proporciona estados emocionais favoráveis quando se encontra presente em concentrações normais. Ao existir em menor concentração no espaço interneurónios surgem distúrbios, dos quais a depressão é um exemplo.

Adivinha!

Sentes a cabeça a andar à roda. Sentes a barriga com aquele bichinho esquisito cá dentro que te faz não conseguir parar um segundo. Tens sede, fome, frio, calor, medo, vergonha, coragem, tudo ao mesmo tempo. Mas não pára por aqui. Depois de teres sede, fome, frio, calor, medo, vergonha, coragem, vais querer correr, saltar, brincar, voar, rebolar, acariciar, balançar e todas as outras coisas acabadas em ar, er e ir. Faz-te as artérias palpitar, o estômago roncar, o instestino se mexer, a linfa arder. Os pulmões ficam secos, os músculo doridos quase que perdes os sentidos de tanta exaltação. Nisto, queres olhar penetrantemente, depois ouvir pausadamente, depois cheirar abundantemente, depois tocar loucamente, depois saborear... perdidamente! Faz a tua mente viajar por mundos, universos paralelos, impars e afins. A alma eleva-se a um estado em que pensas que morreste, nem que te dessem a oportunidade de estares com Deus, Buda, Ala e/ou outros tu trocavas. Tu queres que o tempo páre! Que nunca mais nada mude. Que simplesmente passes o resto do infinito assim... em extâse. Absoluto. Puro. Verdadeiro. Nada é melhor. Nada.

O que é?

Valium

ComposiçãoIngrediente ativo: 7-cloro-1,3-diidro-1-metil-5-fenil-2H-1,4-benzodiazepina-2-ona (Diazepam). Excipientes: Valium® (Diazepam) 5 mg: Lactose, amido de milho, óxido de ferro amarelo e estearato de magnésio. Valium® (Diazepam) 10 mg: Lactose, amido de milho, índigo carmim e estearato de magnésio.

Para que serve? A principal finalidade de uso dessa medicação é o tratamento dos transtornos de ansiedade, sendo portanto necessários um diagnóstico e uma indicação feita pelo médico. Pode ser usado, desde que de forma limitada, para controlar a tensão nervosa devida a algum acontecimento estressante, mesmo que não exista um distúrbio de ansiedade propriamente dito.

Contra-indicações: Valium® (Diazepam) não deve ser administrado a pacientes com hipersensibilidade aos benzodiazepínicos, insuficiência respiratória grave, insuficiência hepática grave, síndrome da apnéia do sono, miastenia gravis, ou dependentes de outras drogas, inclusive o álcool, exceto, neste último caso, quando utilizado para o tratamento de sintomas agudos de abstinência. Benzodiazepínicos não são recomendados para tratamento primário de doença psicótica. Eles não devem ser usados como monoterapia na depressão ou ansiedade associada com depressão, pela possibilidade de ocorrer suicídio nestes pacientes.

Reações adversas: Os efeitos colaterais mais comumente citados são fadiga, sonolência e fraqueza muscular. Estes ocorrem predominantemente no início do tratamento e geralmente desaparecem com a administração prolongada. Também podem ocorrer ataxia, confusão mental, constipação, depressão, diplopia, disartria, distúrbios gastrointestinais, cefaléia, hipotensão, incontinência urinária, aumento ou diminuição da libido, náusea, secura na boca ou hipersalivação, reações cutâneas, dislalia, tremor, retenção urinária, tonteira e visão turva; muito raramente, elevação de transaminases e fosfatase alcalina, assim como casos de icterícia têm sido relatados ocasionalmente. Amnésia anteróloga pode ocorrer com doses terapêuticas, sendo que o risco aumenta com doses maiores. Efeitos amnésicos podem estar associados com comportamento inapropriado. Reações psiquiátricas e "paradoxais": Reações paradoxais como inquietude, agitação, irritabilidade, agressividade, ilusão, raiva, pesadelos, alucinações, psicoses, comportamento inapropriado, e outros efeitos comportamentais podem ocorrer com o uso de benzodiazepínicos. Quando isto ocorre, deve-se descontinuar o uso da droga. Estes efeitos são mais prováveis em crianças e idosos. O uso crônico (mesmo em doses terapêuticas) pode levar ao desenvolvimento de dependência física: a descontinuação do tratamento pode levar à abstinência ou fenômeno de rebote. Tem sido relatado abuso de benzodiazepínicos.