Fictio fingit vera esse qua vera non sunt

Como é que alguém pode não gostar de fotografia?
Toda a gente gosta, nem que seja pelo simples facto de aparecer, ainda que despenteada ou com três borbulhas na tola. Para mim, estas pessoas não têm qualquer paixão, emoção e são vazias de tudo o que se pode ter. Vivem para o trabalho, porque têm de trabalhar. Estão em casa no fim-de-semana, porque estão cansadas. Ou podem sair, porque vão ter com a namorada ou alugar um DVD. E é assim. Vão vivendo, tal como eu, dia após dia.
Mas há que olhar o mundo com paixão. Ver alegria, simplicidade numa porta, num beco escondido por trás do sol. Ouvir música na rua e dançar com as pombas, ver um velho a piscar o olho a uma velha, e rir. Ser feliz.
E, quem gosta de fotografia, consegue-o, porque ama o ambiente que o rodeia. Vive. Capta a beleza com um Click! Como é possível não gostar? E ir a casa dessa pessoa e ela ter fotos suas espalhadas por todo o lado. E ela concentrar só em si, toda a beleza do mundo?
Pessoas que só conhecem o caminho para o trabalho e para o bar de sábado à noite. E não sabem sequer que há um parque sete ruas mais abaixo, onde uma criança com um balão rebola em direcção ao rio, rindo-se, como se de facto entrasse assim, tão fácil e subtilmente, no mundo da fantasia.