Évora
Em ti fui feliz. Em ti passei os melhores momentos da minha vida, sempre com um sorriso verdadeiramente genuíno estampado no rosto.
Quantas vezes me esqueci de mim próprio ao percorrer as tuas confidentes calçadas, a quem tudo confessei. Tremendo privilégio, tal é a sapiência delas, depois de tantos grandes homens as terem percorrido.
Ah Évora, Évora. Recordo com uma saudade indómita as praxes. Que tempos, que tempos. Quanta alegria transbordante das noites que juntos passámos, quantos bons momentos.
A minha janela solta um suspiro tremendamente profundo. Ao olhar para ela deparo-me com o meu próprio reflexo, e penso: Hoje sou uma pessoa infinitamente melhor após ter contactado com vocês, o esplêndido e único pessoal de Veterinária.
Jamais me esquecerei daquela noite passada em branco em frente ao Templo de Diana “Bicho, quero ouvir essa estátua a ter um orgasmo”, desse mesmo amanhecer em frente ao teatro Garcia de Resende, da praxe da Mitra “Que situação de merda!”, da Mitra em si, dos seus animais, da sua paisagem fortemente bucólica, do Manel dos Potes “Bicho, você já tá com os copos”, da sublime Praça do Giraldo, da magia do Colégio do Espírito Santo... De tudo. E muito menos de vocês, sim, todos vocês, por todos os infindáveis e inesquecíveis momentos que passámos. Ao pessoal do primeiro ano, a minha enormíssima gratidão, simplesmente, por tudo. “Somos bons!!!”
Urge continuar a demanda. Há inúmeros caminhos a trilhar e muitos ensinamentos que reter, na busca incessante pela plenitude.
Não, Évora, não te deixarei nunca. Sei que uma parte de mim continua a percorrer as tuas calçadas, infindavelmente absorto em pensamentos errantes, dissertando sobre a prolixidade do Ser.
Hoje despeço-me de ti. Não é um adeus, mas um até sempre, oh mágica cidade. Em ti, “confesso que vivi”.